Disciplina Curricular
Comunicação em Cuidados de Saúde CCSaud
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas - Despacho n.º 3790/2019
Contextos
Grupo: Despacho n.º 3790/2019 > 2º Ciclo > Opção III
Período:
Peso
3.0 (para cálculo da média)
Objectivos
O objetivo central da Unidade Curricular (UC) Comunicação em Cuidados de Saúde é contribuir para que os estudantes desenvolvam um conjunto de aptidões e competências essenciais para a profissão farmacêutica, relacionadas com a utilização efetiva e segura das tecnologias em saúde, em particular os medicamentos, pelos cidadãos no seu quotidiano. A todo o momento existem interações humanas e fluxos de informação, nos quais se devem garantir as propriedades adequadas, a conservação dos conteúdos e a intencionalidade. Isso só é possível quando existe um correto domínio de aptidões para a comunicação efetiva, necessárias em qualquer profissão de saúde. No caso dos farmacêuticos, essas aptidões vão para além do dever relativo à informação sobre medicamentos (DL nº 307/2007), sendo cada vez mais associadas ao contributo efetivo dos profissionais para o comportamento adequado de cada cidadão face ao seu estado de saúde (ex. prevenção, através da vacinação) ou doença (ex. tratamento, por adesão à terapêutica). No final da UC espera-se que os estudantes conheçam os principais modelos de comunicação humana em cuidados de saúde e que dominem os princípios e as ferramentas de interação e comunicação clínica. Os estudantes devem ser capazes não só de transmitir informação válida com sucesso, mas principalmente de estabelecer uma relação com o doente e/ou cuidador, consciente que estas aptidões são tão importantes para a prestação de cuidados de saúde de qualidade e com os resultados esperados, quanto o domínio do saber farmacoterapêutico ou da evidência biomédica disponível.
Programa
1. Aptidões para a comunicação clínica 1.1. Natureza e importância da comunicação efetiva: interação humana, objetivos, necessidades, personalidade e motivação, valores, experiência prévia, expectativas, autoimagem, primeiras impressões, fatores sociais, influências organizacionais. 1.2. Comunicação verbal e não-verbal: saber ouvir, questionar, explorar, incentivar, gestão de índices e divergência, ecoar/espelhar, ambiente físico. 1.3. Habilidades de comunicação clínica efetiva: foco, explicar, verificar, saber cuidar de outros. 1.4. Comunicação em situações difíceis: diversidade cultural (língua, espiritualidade), segurança e risco (casos terminais, morte). 1.5. Comunicação em lato senso: escrita e regras de linguagem simples, relações publicas, media, comunicação em equipa. 2. Aptidões para a interação em Farmácia 2.1. Comunicação e profissionalismo: responsabilidades, perceções e partilha de significados, confirmação e reforço (feedback, teach-back), apoio e parceria. 2.2. Literacia em saúde e comportamento: conhecimentos, identidade, crenças, papel da terapêutica. 2.3. Entrevista com o doente adulto: definições, objetivos, sessão informativa, sessão de aconselhamento individualizado (1ª dispensa, gestão da medicação), materiais e recursos (ajudas educacionais), situações especificas (idoso, cuidador informal), entrevista telefónica. 2.4. Entrevista com o doente pediátrico (e os pais): comunicação centrada na pessoa, níveis de desenvolvimento cognitivo, interação com crianças pré-escolar e escolar (pré e adolescentes). 2.5. Entrevista motivacional: princípios básicos, objetivos e planeamento, feedback e monitorização, suporte social, comparação de comportamentos, associações benéficas, repetição e substituição, comparação de consequências/desfechos, sistemas de recompensa, auto persuasão.
Métodos de ensino e avaliação
A UC utiliza a lecionação teórica com o objetivo de apresentar os principais temas e conceitos descritos nos conteúdos programáticos. As aulas práticas servem para aumentar o grau de consciência do aluno sobre os seus estilos de pensamento e ação, utilizando a criatividade e o talento latente dos participantes. O papel das habilidades de comunicação será ilustrado através de jogos sérios dedicados, estudos de caso, observação e análise de vídeos, e dramatização ou simulação com feedback por pares em cenários da vida real, com vídeo-gravação sempre que adequado. Pretende-se que após cada exercício os alunos utilizem a auto-reflexão para integrar os conceitos em estudo e melhorem o seu uso da linguagem, quer verbal quer corporal, incrementando o pensamento positivo e a sua auto-estima. Os trabalhos práticos incluem também a produção de materiais educacionais. São executados individualmente, em pares ou com a participação de toda a turma. A avaliação dos alunos é composta pela apreciação das actividades durante as aulas práticas (30%), produção de guião e vídeo (30%) e um exame final (40%).